sexta-feira, 26 de novembro de 2010

PT cobra apuração do assassinato de Romazzini

O vereador do Guarujá, Luís Carlos Romazzini (PT), foi assassinado na madrugada desta sexta-feira (26), dentro de sua casa, no distrito de Vicente de Carvalho.

Vizinhos teriam ouvido Romazzini abrir o portão por volta das 2h, e na sequência, vários tiros foram disparados. O parlamentar foi atingido por seis tiros e chegou morto ao hospital.

Amigos disseram que ele vinha recebendo ameaças e que na última madrugada a casa havia sofrido uma tentativa de arrombamento. Fato que teria sido registrado pelo vereador, através de um boletim de ocorrência horas antes do crime.

O presidente do Diretório Estadual e deputado estadual eleito, Edinho Silva, que seguiu nesta manhã para o Guarujá, expressou indignação com relação ao assassinato do companheiro e expressou sua solidariedade para com família, amigos e companheiros do PT do Guarujá.

Edinho também repudiou a injustificável violência e exige por parte das autoridades rigor e agilidade nas investigações, que resultem numa punição exemplar dos culpados.

Nascido no Mato Grosso do Sul, Luís Carlos Romazzini tinha 45 anos e estava no segundo mandato. O petista era conhecido e admirado por denunciar problemas na administração da cidade do Guarujá. Sua atuação como parlamentar foi dedicada às denúncias sobre o mau uso do dinheiro público.

O corpo do companheiro foi velado às 11h desta sexta-feira (26/11), na Câmara Municipal do Guarujá, e às 16h, será trasladado para Mato Grosso do Sul.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Blogueiros “sujos” cara a cara com “O Cara”

Amanhã (quarta-feira, 24/11) o presidente Lula será entrevistado pelos blogueiros Altamiro Borges (Blog do Miro), Altino Machado (Blog do Altino), Cloaca (Cloaca News), Eduardo Guimarães (Blog da Cidadania), Leandro Fortes (Brasilia Eu Vi), José Augusto (Amigos do Presidente Lula), Pierre Lucena (Acerto de Contas), Renato Rovai (Blog do Rovai), Rodrigo Vianna (Escrevinhador) e Túlio Vianna (Blog do Túlio Vianna).

O evento acontecerá às 9h da manhã da próxima quarta-feira no Palácio do Planalto e será transmitido ao vivo pelo Blog do Planalto, pelos blogs que participarão da primeira entrevista coletiva do presidente Lula à blogosfera e por outros blogs e sites interessados em retransmiti-la. No blog do governo Lula haverá instruções sobre como incorporar a transmissão a outras páginas da web ou como participar via Twitter.

Deixe aqui um comentário com a sua pergunta que este sujo blogueiro entregará todas elas ao presidente da República.

Por fim, como os blogueiros que participarão da coletiva com o presidente Lula só tiveram a confirmação final do evento ontem à tarde, o tempo para divulgação ficou um tanto quanto apertado. Por isso, pede-se aos leitores que difundam o evento na internet, entre amigos e parentes etc. Será uma entrevista diferente de todas as outras que o presidente Lula deu. Portanto, será imperdível.

24/11/2010 - 4ª feira
09h00

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Irmãos de Lula mantêm a mesma vida modesta

Parentes moram em periferias, andam de ônibus e têm saúde frágil. Indiciado em operação da PF, Vavá diz que foi desmoralizado; Frei Chico espera o fim do assédio à família Silva


Vavá tinha 108 canários do reino, hoje não resta nenhum. O motivo: os ratos de telhado que invadiam o viveiro do seu sobrado na periferia de São Bernardo do Campo, Grande São Paulo.

A casa simples onde mora Vavá, ou Genival Inácio da Silva, irmão do presidente Lula, é a mesma há 36 anos.

Às vésperas do segundo turno da eleição, ele conversou por uma hora com a Folha. De início, gritou para a mulher, que atendeu o portão, que não queria papo. Mas logo cedeu e convidou a reportagem a entrar.

Primeiro falou na apertada sala (5 m2), decorada com móveis tipo Casas Bahia, azulejo barato, uma TV grande e três quadros: uma foto oficial do presidente (com o autógrafo "Para o meu querido irmão Vavá, um abraço do Lula"); um retrato em preto e branco da mãe, dona Lindu, e um quadro bordado de uma mulher-anjo.

Depois, no terraço do primeiro andar nos fundos da casa, onde havia a criação, contou que os ratos arruinaram os canários e ele foi forçado a dar os que restaram.

Personagem do noticiário em 2007, quando foi indiciado pela Polícia Federal por tráfico de influência e exploração de prestígio na Operação Xeque-Mate (que investigou máfia de caça-níqueis), Vavá foi excluído da denúncia do Ministério Público.

"Os caras pensam que a gente é milionário. Quebraram a cara. Desmoralizam você, te jogam no lixo. Se não tiver cabeça, acabou."

Aposentado como supervisor de transporte da Prefeitura de São Bernardo, pouco sai de casa. Ainda se ressente de seis cirurgias nos últimos anos (no fêmur e na coluna).

DUREZA - A poucos dias de Lula deixar a Presidência, após oito anos no cargo, os seus seis irmãos vivos moram em situação semelhante à de Vavá, alguns com maior dureza.

O primogênito, Jaime, 73, vive numa periferia pobre de São Bernardo, acorda diariamente às 4h30 e vai de ônibus para o trabalho, numa metalúrgica na Vila das Mercês, zona sul de São Paulo.

Marinete, 72, a mais velha das mulheres, que foi doméstica na juventude e hoje não trabalha, é vizinha de Vavá.

Quando a Folha o entrevistava, ela surgiu no terraço dos fundos do seu sobrado, colado ao dele, para checar um contratempo. "Não tem água. Acabou a água da rua e estou sem água", queixou-se. "Marinete do céu, nenhuma das duas [da rua ou da caixa]?", questionou Vavá.

O fotógrafo da Folha subiu no muro para checar o registro da caixa d'água. "Ó o sujeito... Ah, você não vai subir, não. Filhinho de papai, não sabe subir em muro", gracejou Marinete.

Vavá, 71, é o terceiro. É seguido por Frei Chico (José Ferreira da Silva), 68, o responsável por introduzir Lula no sindicalismo. Metalúrgico aposentado, Frei Chico recebe ainda uma indenização mensal de R$ 4.000 por ter sido preso e torturado na ditadura. Presta assessoria sindical e mora em São Caetano.

Maria, a Baixinha, 67, e Tiana (cujo nome de batismo é Ruth), 60, a caçula -Lula, 65, está entre as duas-, completam a família. A primeira vive no mesmo bairro que Vavá e Marinete e não trabalha; Tiana, merendeira numa escola pública, mora na zona leste de São Paulo.

Esses são os sobreviventes dos 11 filhos de dona Lindu com o pai de Lula, Aristides -que teve vários outros filhos com outras mulheres.

SAÚDE - Todos os irmãos do presidente Lula têm problemas de saúde. Jaime e Maria enfrentaram cânceres. Frei Chico é cardíaco. Vavá tem complicações ósseas. Marinete está com uma doença grave que os irmãos não revelam. "Só tem o Lula bom ainda", afirma Frei Chico.

Os parentes dizem não receber auxílio financeiro do presidente e não se queixam disso. "Ele não foi eleito presidente para ajudar a família. Seria ridículo se desse dinheiro", declara Vavá.

"Não tem o que dizer. O Lula tem a vida dele, temos a nossa. Ainda posso trabalhar, trabalho", diz Jaime.

Frei Chico conta estar aliviado com o fim do mandato de Lula na Presidência. Ele acredita que vai cessar o assédio aos irmãos em busca de atalhos até o Planalto. "Para nós, só tem a melhorar. Vamos ficar mais tranquilos em relação à paparicagem. É muita gente enchendo o saco, gente que achava que a gente podia fazer alguma coisa", afirma.

Os irmãos não têm ilusão de que, ao deixar Brasília, Lula seja assíduo nas reuniões familiares. "Estamos envelhecendo, a família vai chegando ao fim e assumem os filhos e sobrinhos, a família lateral", diz Vavá.

O consolo é pensar que o irmão famoso estará mais perto. "Ele disse que não vê a hora de voltar [para São Bernardo] para descansar um pouco. Ele está muito cansado. O Lula tem trabalhado muito", afirma Marinete.

Matéria: Fabio Victor - Folha de S.Paulo - 15/11/2010

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Desaparecida no ABCD Paulista

Sulamita Scaquetti Pinto, 32 anos, esteticista, moradora do Condomínio Espanha II, Rua Tiradentes, 1815, Santa Terezinha, São Bernardo do Campo, SP.

Desaparecida desde: 16/09/2010

Histórico: Foi vista oficialmente por amigos a última vez no Parque Selecta II, por volta das 18h00, extra-oficialmente algumas pessoas dizem que a mesma estava circulando no Selecta por volta das 12h00 do dia 17 de setembro. Contudo, a partir desta data não foi mais localizada pela família e amigos. As roupas que Sulamita usava no dia do sumiço foram encontradas, dois dias depois, 18/09, na entrada da mata do Parque Selecta II, dobradas e limpas, aparentemente tiradas por ela mesma. O COE (Comando de Operações Especiais) fez uma busca na região da mata próximo ao local do desaparecimento, foram cinco dias, com uso de cães e equipamentos especiais e garantem que dificilmente a mesma se encontre na mata.

Mais informações: Sulamita usava medicamento antidepressivo, a irmã diz que a mesma parou repentinamente de usar o medicamento dias antes do desaparecimento. Amigos informaram que a mesma ia para o Parque Selecta II para orar junto aos evangélicos da comunidade, a Marcha para Jesus de São Bernardo do Campo, realizada no último dia 16 de outubro, criou um Manifesto de Apoio a Sulamita, que contou com faixas, cartazes e panfletos. Meios de comunicações regionais deram uma boa ajuda, alertaram a população, mas precisa ser mais constante tal apelo, pois com o passar do tempo as pessoas vão esquecendo-se do fato e do rosto de Sulamita. Filha de Moacyr Pinto, sociólogo, ex-secretário da Educação de São José dos Campos, colaborador em diversos sindicato e escritor.

Contatos: Polícia: 181 ou 190 | Rosa (irmã) (11) 2897-6616 / (11) 6458-0704 | Moacyr (pai) (12) 3913-5466 / (12) 9731-1708

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Serra é um péssimo exemplo para nossas jovens

O candidato tucano, José Serra, gerou uma nova onda de protestos na internet, no início da noite desta quinta-feira, por parte das mulheres que se sentiram ofendidas com o pedido do candidato, feito no encerramento do discurso em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, para uma platéia de cabos eleitorais e convidados. Ele apelou para que para as “meninas bonitas” busquem convencer os seus pretendentes masculinos a votar nele, principalmente na internet.

– Quero me concentrar agora no que vamos fazer até domingo. Temos que não apenas votar, temos que ganhar voto de quem está indeciso, voto de quem não está ainda muito decidido do outro lado – argumentou o candidato.

Segundo o candidato tucano, mulheres bonitas têm mais condições de cabalar votos para a aliança da direita.

– Se é menina bonita, tem que ganhar 15 (votos). É muito simples: faz a lista de pretendentes e manda e-mail dizendo que vai ter mais chance quem votar no 45 – completou.

A proposta caiu mal para as mulheres brasileiras que, no Twitter, alçaram o primeiro lugar nos trends (assuntos mais debatidos nas redes sociais) nacionais e terceiro lugar, em nível mundial, com as mensagens de protesto contra o candidato.

“Sou mineira e bonita, mas não tenho vocação pra trabalho de bordel”, escreveu @fiz_mesmo, seguida de @velvetinha: “Credo, o Serra é antigo, que idéia mais triste, gente. Ele imagina as meninas coqueteando para ganhar votos. Perai, vou ali vomitar”.

Os protestos foram rastreados pela tag #serracafetao, que chegou ao primeiro lugar em nível mundial, no início da noite. O internauta @emrsn ponderou que “por muito menos o Ciro foi mega desacreditado pela imprensa”, e @purafor pergunta se esta seria uma proposta do candidato para se criar “um bordel a nível nacional”.

Enquanto isso, @rodrigonc, que não deve passar dos 14 anos, aproveita para entrar na discussão, “só avisando às meninas bonitas do Twitter: podem me mandar DM (mensagem direta, na tradução do inglês) que a gente já pode negociar esse voto”.

O internauta @luisfelipesilva acirra o debate ao constatar que “não tem profissão mais ingrata do que ser marketeiro do Serra, haja gafe…”, mas coube à internauta @alessandra_st colocar o tom do protesto: “Serra desvaloriza a mulher e subestima eleitorado feminino em MG”, concluiu.

Fonte: Correio do Brasil - 28/10/2010

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A questão do aborto está sendo instrumentalizada para fins eleitorais

Manifesto de Cristãos e Cristãs Evangélicos em Favor da Vida em Abundância

Somos homens e mulheres, ministros, ministras, agentes de pastoral, teólogos/as, padres, pastores e pastoras, intelectuais e militantes sociais, membros de diferentes Igrejas cristãs, movidos/as pela fidelidade à verdade, vimos a público declarar:

1 - Nestes dias, circulam pela internet, pela imprensa e dentro de algumas de nossas igrejas, manifestações de líderes cristãos que, em nome da fé, pedem ao povo que não vote em Dilma Rousseff sob o pretexto de que ela seria favorável ao aborto, ao casamento gay e a outras medidas tidas como “contrárias à moral”. A própria candidata negou a veracidade destas afirmações e, ao contrário, se reuniu com lideranças das Igrejas em um diálogo positivo e aberto. Apesar disso, estes boatos e mentiras continuam sendo espalhados. Diante destas posturas autoritárias e mentirosas, disfarçadas sob o uso da boa moral e da fé, nos sentimos obrigados a atualizar a palavra de Jesus, afirmando, agora, diante de todo o Brasil: “se nos calarmos, até as pedras gritarão!” (Lc 19, 40).

2 - Não aceitamos que se use da fé para condenar alguma candidatura. Por isso, fazemos esta declaração como cristãos, ligando nossa fé à vida concreta, a partir de uma análise social e política da realidade e não apenas por motivos religiosos ou doutrinais. Em nome do nosso compromisso com o povo brasileiro, declaramos publicamente o nosso voto em Dilma Rousseff e as razões que nos levam a tomar esta atitude.

3 - Consideramos que, para o projeto de um Brasil justo e igualitário, a eleição de Dilma para presidente da República representará um passo maior do que a eventualidade de uma vitória do Serra, que, segundo nossa análise, nos levaria a recuar em várias conquistas populares e efetivos ganhos sócio-culturais e econômicos que se destacam na melhoria de vida da população brasileira.

4 - Consideramos que o direito à Vida seja a mais profunda e bela das manifestações das pessoas que acreditam em Deus, pois somos à sua Imagem e Semelhança. Portanto, defender a vida é oferecer condições de saúde, educação, moradia, terra, trabalho, lazer, cultura e dignidade para todas as pessoas, particularmente as que mais precisam. Por isso, um governo justo oferece sua opção preferencial às pessoas empobrecidas, injustiçadas, perseguidas e caluniadas, conforme a proclamação de Jesus na montanha (Cf. Mt 5, 1- 12).

5 - Acreditamos que o projeto divino para este mundo foi anunciado através das palavras e ações de Jesus Cristo. Este projeto não se esgota em nenhum regime de governo e não se reduz apenas a uma melhor organização social e política da sociedade. Entretanto, quando oramos “venha o teu reino”, cremos que ele virá, não apenas de forma espiritualista e restrito aos corações, mas, principalmente na transformação das estruturas sociais e políticas deste mundo.

6 - Sabemos que as grandes transformações da sociedade se darão principalmente através das conquistas sociais, políticas e ecológicas, feitas pelo povo organizado e não apenas pelo beneplácito de um governante mais aberto/a ou mais sensível ao povo. Temos críticas a alguns aspectos e algumas políticas do governo atual que Dilma promete continuar. Motivo do voto alternativo de muitos companheiros e companheiras Entretanto, por experiência, constatamos: não é a mesma coisa ter no governo uma pessoa que respeite os movimentos populares e dialogue com os segmentos mais pobres da sociedade, ou ter alguém que, diante de uma manifestação popular, mande a polícia reprimir. Neste sentido, tanto no governo federal, como nos estados, as gestões tucanas têm se caracterizado sempre pela arrogância do seu apego às políticas neoliberais e pela insensibilidade para com as grandes questões sociais do povo mais empobrecido.

7 - Sabemos de pessoas que se dizem religiosas, e que cometem atrocidades contra crianças, por isso, ter um candidato religioso não é necessariamente parâmetro para se ter um governante justo, por isso, não nos interessa se tal candidato/a é religioso ou não. Como Jesus, cremos que o importante não é tanto dizer “Senhor, Senhor”, mas realizar a vontade de Deus, ou seja, o projeto divino. Esperamos que Dilma continue a feliz política externa do presidente Lula, principalmente no projeto da nossa fundamental integração com os países irmãos da América Latina e na solidariedade aos países africanos, com os quais o Brasil tem uma grande dívida moral e uma longa história em comum. A integração com os movimentos populares emergentes em vários países do continente nos levará a caminharmos para novos e decisivos passos de justiça, igualdade social e cuidado com a natureza, em todas as suas dimensões. Entendemos que um país com sustentabilidade e desenvolvimento humano – como Marina Silva defende – só pode ser construído resgatando já a enorme dívida social com o seu povo mais empobrecido. No momento atual, Dilma Rousseff representa este projeto que, mesmo com obstáculos, foi iniciado nos oito anos de mandato do presidente Lula. É isto que está em jogo neste segundo turno das eleições de 2010.

Com esta esperança e a decisão de lutarmos por isso, nos subscrevemos:
  1. Adjair Alves (Professor - UPE)
  2. Adriano Carvalho.
  3. Agnaldo da Silva Vieira - Pastor Batista.  Igreja Batista da Esperança - Rio de Janeiro
  4. Alessandro Molon, parlamentar, Rio de janeiro.
  5. Alexandre Brasil Fonseca , Sociólogo, Professor da UFRJ, Ig. Presbiteriana e coordenador da Rede FALE)
  6. Ana Lucia Alves, Brasília
  7. André Marmilicz
  8. Antonio Carlos Fester
  9. Antonio Cecchin, irmão marista, Porto Alegre.
  10. Antonio Marcos Santos, Igreja Evangélica Assembléia de Deus - Juazeiro - Bahia
  11. Antonio Souto, Caucaia, CE
  12. Aristóteles Rodrigues  -  Psicólogo, Mestre em Ciência da Religião
  13. Benedito Cunha, pesquisador popular, membro do Centro Mandacaru - Fortaleza
  14. Caio César Sousa Marçal - Missionário da Igreja de Cristo - Frecheirinha/CE
  15. Carlos Caroso, Professor Associado do Departamento de Antropologia e Etrnologia da UFBA.
  16. Célio Piovesan, Canoas.RS
  17. Chico césar.  Cantador popular. Paraíba/são paulo
  18. Cibele Maria Lima Rodrigues, Pesquisadora.
  19. Cláudia Maria Afonso de Castro-psicóloga- trabalhadora da Saúde-SMS Suzano-SP
  20. Claudio de Oliveira Ribeiro. Sou pastor da Igreja Metodista em Santo André, SP.
  21. Daniela Sanches Frozi, (Nutricionista, profa. da UERJ, Ig. Presbiteriana, conselheira do CONSEA Nacional e vice-presidente da ABUB)
  22. Darciolei Volpato,  RS
  23. Débora Costa-Maciel, Profª. UPE
  24. Dom Antonio Possamai, bispo emérito da Rondônia.
  25. Dom Demetrio Valentini, bispo de Jales-SP e presidente da  Cáritas nacional.
  26. Dom Luiz Eccel - Bispo de Caçador-SC
  27. Dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito da Prelazia de São Feliz do Araguaia-MT.
  28. Dom Sebastião Lima Duarte, bispo de Viana- Maranhão.
  29. Dom Thomas Balduino, bispo emérito de Goiás velho, e presidente honorário da CPT nacional.
  30. Dom Xavier Gilles, bispo emérito de Vina- Maranhão.
  31. Dora Seibel - Pedagoga, caxias do sul.
  32. Eduardo Dutra Machado, pastor presbiteriano
  33. Elida Araújo
  34. Fátima Tavares, Coordenadora do Programa de Pos-Graduação em Antropologia FFCH/UFBA
  35. Fernanda Seibel, Caxias do Sul.
  36. Francisco das Chagas de Morais, Natal - RN.
  37. Frei Betto, escritor, dominicano.
  38. Frei Ildo Perondi - Londrina PR
  39. Frei José Fernandes Alves, OP. - Coord. da Comissão Dominicana de Justiça e Paz
  40. Frei Luiz Carlos Susin - Secretário Geral do Fórum Mundial de Teologia e Libertação
  41. Genoveva Prima de Freitas- Professora - Goiânia
  42. Geter Borges de Sousa, Evangélicos Pela Justiça (EPJ), Brasília.
  43. Ianete Sampaio
  44. Ida Vicenzia Dias Maciel
  45. Irene Maria G.F. da Silva Telles
  46. Irmã Carmem Vedovatto
  47. Irmã Claudia Paixão, Rio de Janeiro
  48. Irmã Inês Weber, irmãs de Notre Dame.
  49. Irmã Irio Luiz Conti, MSF. Presidente da Fian Internacional
  50. Irmã Letícia Pontini, discípulas, Manaus.
  51. Irmã Maria Celina Correia Leite, Recife
  52. Irmã Neusa Luiz, abelardo luz- SC
  53. Irmã Pompeia Bernasconi, cônegas de Santo Agostinho
  54. Isabel Tooda
  55. Ismael de Souza Maciel membro do CEBI - Centro de Estudos Bíblicos  Recife
  56. Itacir Gasparin
  57. Ivo Forotti, Cebs - Canoas - RS
  58. Ivone Gebara, religiosa católica, teóloga e assessora de movimentos populares. 
  59. Jether Ramalho, Rio de Janeiro.
  60. Joanildo Burity  (Anglicano, cientista político, pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco,
  61. Joselita Alves Sampaio - PR
  62. Juciano de Sousa Lacerda, Professor Doutor de Comunicação Social da UFRN
  63. Karla Juliana Souza Uytdenbroek Bacharel em Direito
  64. Kleber Jorge e silva, teologia - Passo Fundo - RS
  65. Leonardo Boff - escritor e teólogo
  66. Leonardo Fernando de Barros Autran Gonçalves Advogado e Analista do INSS
  67. Lucia Ribeiro, socióloga
  68. Luiz Alberto Gómez de Souza, cientista político, professor
  69. Luiza E. Tomita - Sec. Executiva  EATWOT(Ecumenical Association of Third World Theologians)
  70. Luziano Pereira Mendes de Lima - UNEAL         
  71. M. Candida  R. Diaz Bordenave
  72. Magali Nascimento Cunha, metodista
  73. Manfredo Araújo de Oliveira
  74. Marcelo Ayres Camurça - Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião - Universidade Federal de Juiz de Fora
  75. Marcelo Barros, monge beneditino, teólogo
  76. Marcelo Tibaes
  77. Marcelo Timotheo da Costa, historiador
  78. Maria das Graças Pinto Coelho/ professora universitária/UFRN
  79. Maria de Fátima Pimentel Lins
  80. Maria do Socorro Furtado Veloso - Natal, RN
  81. Maria Gabriela Curubeto Godoy - médica psiquiatra - RS
  82. Maria Helena Silva Timotheo da Costa
  83. Maria Letícia Ligneul Cotrim, educadora
  84. Maria Lúcia F de Barbosa, Professora  UFPE
  85. Maria Luíza Aléssio, professora universitária, ex-secretária de educação do Recife
  86. Maria Mércia do Egito Souza agente da Pastoral da Saúde Arquidiocese de Olinda e Recife
  87. Maria Theresia Seewer
  88. Maria Victoria Benevides, professora, da USP
  89. Marlene Ossami de Moura, antropóloga / Goiânia.
  90. Mercedez Lopes,
  91. Monge Joshin, Comunidade Zen Budista do Brasil, São Paulo
  92. Mosara Barbosa de Melo
  93. Ney Paiva Chavez,  professora educação visual, Rio de janeiro
  94. Odja Barros Santos - Pastora batista
  95. Olidio Mangolim - PR
  96. Padre Arnildo Fritzen, Carazinho. RS.
  97. Padre Cleto João Stulp, diocese de Chapecó.
  98. Padre Domingos Luiz Costa Curta, Coord. Dioc de Pastoral da Diocese de Chapecó/SC.
  99. Padre Ferraro, Campinas.
  100. Padre Igor Damo, diocese de Chapecó-SC.
  101. Padre Inácio Neutzling - jesuíta, diretor do Instituto Humanitas Unisinos
  102. Padre Ivo Pedro Oro, diocese de Chapecó / SC
  103. Padre João Pedro Baresi, pres. da Comissão Justiça e Paz da CRB (Conferência dos religiosos do Brasil) SP
  104. Padre John Caruana,  Rondônia.
  105. Padre Julio Gotardo, São Paulo.
  106. Padre Lino Allegri - Pastoral do Povo da Rua de Fortaleza, CE.
  107. Padre Luis Sartorel,
  108. Padre Manoel, PR
  109. Padre Marco Aurélio Alves Vicente - EPJ - Evangélicos pela Justiça, pastor-auxiliar da Igreja Catedral da Família/Goiânia-GO
  110. Padre Marcos Dornel - Pastor Evangélico - Igreja Batista Nova Curuçá - SP
  111. Padre Maro Passerini - coordenador Past. Carcerária - CE
  112. Padre Oscar Beozzo, diocese de Lins.
  113. Padre Paulo Gabriel, agente de pastoral da Prelazia de São Feliz do Araguaia /MT
  114. Padre Paulo Sérgio Vaillant - Presbítero da Arquidiocese de Vitória - ES
  115. Padre Sérgio Campos, Fundação Redentorista de Comunicações Sociais - Paranaguá/Pr.
  116. Pasqualino Toscan - Guaraciaba SC
  117. Pastora Nancy Cardoso, metodista, Vassouras / RJ
  118. Paulo Teixeira, parlamentar, São Paulo.
  119. Pedro Henriques de Moraes Melo - UFC/ACEG
  120. Professor Candido Mendes, cientista político e reitor
  121. Professor Dr. José Neivaldo de Souza - Pontificia Universidade Gregoriana de Roma - FEPAR - Curitiba
  122. Professor Dr. Paulo Fernando Carneiro de Andrade, Doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, Professor de Teologia PUC- Rio
  123. Professor Dr. Zwinglio Mota Dias  - Professor Associado III - Universidade Federal de Juiz de Fora
  124. Professor Renato Thiel, UCB-DF
  125. Raimundo Cesar Barreto Jr, Pastor Batista, Doutor em ética social
  126. Revd. Cônego Francisco de Assis da Silva,Secretário Geral da IEAB e membro da Coordenação do Fórum Ecumênico Brasil
  127. Revd. Roberto Zwetch, igreja IELCB e professor de teologia em São Leopoldo.
  128. Ricardo Aléssio, cristão de tradição presbiteriana, professor universitário.
  129. Ricardo Matense, Igreja Assembléia de Deus, Mata de São João/Bahia
  130. Roberta M. C. Souza - Psicanalista e teóloga - HEC Paraná
  131. Roberto Cartaxo Machado Rios
  132. Roberto Fernandes de Souza. RG 08539697-6 IFP RJ -  Secretario do CEBI RJ
  133. Rodinei Balbinot, Rede Santa Paulina
  134. Rosa Maria Gomes
  135. Rute Maria Monteiro Machado Rios
  136. Sergio Bernardoni, diretor da CARAVIDEO-   Goiânia - Goiás
  137. Silvania Costa
  138. Sílvia Pompéia.
  139. Stela Maris da Silva
  140. Targelia de Souza Albuquerque
  141. Terezinha Albuquerque
  142. Toninho Evangelista - Hortolândia/SP
  143. Toninho Kalunga, São Paulo,
  144. Washingtonn Luiz Viana da Cruz, Campo Largo, PR e membro do EPJ (Evangélicos Pela Justiça)
  145. Xavier Uytdenbroek, Professor aposentado da UFPE e membro da coordenação pastoral da UNICAP
  146. Zé Vicente, cantador popular.  Ceará
“Se nos calarmos, até as pedras gritarão!” - Leonardo Boff

sábado, 16 de outubro de 2010

Serra expulsa padre da missa

Uma vergonha o que ex-candidato, derrotado ao senado, Tasso Jereissati, do PSDB, fez no dia de hoje, estava lá e pude presenciar o absurdo que chega a truculenta campanha de Serra do PSDB.

O comando da campanha de Serra mandou rodar um panfleto onde dizia “grandes motivos para não votar em Dilma”. O texto acusa a candidata de ter se envolvido com as FARC, de ser favorável ao aborto e de envolvimento em casos de corrupção na Casa Civil - Isso tudo já desmentido até pelos juristas e a própria mídia.

O padre pediu que os políticos presentes não atrapalhassem o objetivo principal da cerimônia, que era a veneração a São Francisco, e falou que eram mentirosos os panfletos que circulavam na igreja afirmando que a candidata petista, Dilma Rousseff, era a favor do aborto e tinha envolvimento com grupos terroristas como as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Pediu para os fiéis não se enganarem, pois aqueles panfletos não eram feitos a pedido da igreja e não era coisa de Deus.

Bastou isso para o Jereissati e Serra tomarem o microfone da mão do padre e nitidamente expulsá-lo da cerimônia, o padre precisou ser escoltado por fiéis, pois os militantes do Serra, a mando de Tasso queriam linchá-lo. Todos os fiéis que estavam na Basílica de São Francisco das Chagas, em Canindé, no Ceará deixaram o local frustrados com o episódio e jogando fora os volantes de votação e santinhos com a imagem de Serra que foram entregues a eles no início do culto.

Após pegar o microfone, com o tumulto já estabelecido o Tasso Jereissati, do PSDB, fez questão de criar um caos político dentro da Basílica, dizendo “esse é mais um padreco do povo, deve ser um petista” e que eram eles que estavam “causando problemas à igreja”. Serra sorriu ironicamente, tipo duvidando da fé dos católicos e pouco se lixando se estava ou não em um templo sagrado e começou a discursar em favor de sua campanha.

Abaixo coloco duas fotos do evento de hoje (16/10), gostaria que vocês olhassem com o coração e a fé cristã o rosto destes dois políticos citados, notem que o semblante não é de quem está no local para rezar, os traços não são do bem, pelo contrário, existe algo diabólico no olhar. Eu fiquei com medo, que Deus nos salve e que nos liberte dessas pessoas.



Texto e imagens extraídos do site de Márcio Andrade, católico, morador de Quixadá, cidade vizinha de Canindé, no Ceará.

Obs.: Foram corrigidos dois pequenos erros ortográficos do texto original.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Dilma e a Fé Cristã!!!

Por Frei Betto

Em tudo o que Dilma realizou, falou ou escreveu, jamais se encontrará uma única linha contrária aos princípios do Evangelho e da fé cristã.

Eu conheço a Dilma Rousseff desde criança. Éramos vizinhos na rua Major Lopes, em Belo Horizonte. Ela e Thereza, minha irmã, foram amigas de adolescência.

Anos depois, nos encontramos no presídio Tiradentes, em São Paulo. Ex-aluna de colégio religioso, dirigido por freiras de Sion, Dilma, no cárcere, participava de orações e comentários do Evangelho. Nada tinha de "marxista ateia".

Nossos torturadores, sim, praticavam o ateísmo militante ao profanar, com violência, os templos vivos de Deus: as vítimas levadas ao pau-de-arara, ao choque elétrico, ao afogamento e à morte.

Em 2003, deu-se meu terceiro encontro com Dilma, em Brasília, nos dois anos em que participei do governo Lula. De nossa amizade, posso assegurar que não passa de campanha difamatória - diria, terrorista - acusar Dilma Rousseff de "abortista" ou contrária aos princípios evangélicos.

Se um ou outro bispo critica Dilma, há que se lembrar que, por ser bispo, ninguém é dono da verdade. Nem tem o direito de julgar o foro íntimo do próximo.

Dilma, como Lula, é pessoa de fé cristã, formada na Igreja Católica. Na linha do que recomenda Jesus, ela e Lula não saem por aí propalando, como fariseus, suas convicções religiosas. Preferem comprovar, por suas atitudes, que "a árvore se conhece pelos frutos", como acentua o Evangelho.

É na coerência de suas ações, na ética de procedimentos políticos e na dedicação ao povo brasileiro que políticos como Dilma e Lula testemunham a fé que abraçam.

Sobre Lula, desde as greves do ABC, espalharam horrores: se eleito, tomaria as mansões do Morumbi, em São Paulo; expropriaria fazendas e sítios produtivos; implantaria o socialismo por decreto...

Passados quase oito anos, o que vemos? Um Brasil mais justo, com menos miséria e mais distribuição de renda, sem criminalizar movimentos sociais ou privatizar o patrimônio público, respeitado internacionalmente.

Até o segundo turno, nichos da oposição ao governo Lula haverão de ecoar boataria e mentiras. Mas não podem alterar a essência de uma pessoa. Em tudo o que Dilma realizou, falou ou escreveu, jamais se encontrará uma única linha contrária ao conteúdo da fé cristã e aos princípios do Evangelho.

Certa vez indagaram a Jesus quem haveria de se salvar. Ele não respondeu que seriam aqueles que vivem batendo no peito e proclamando o nome de Deus. Nem os que vão à missa ou ao culto todos os domingos. Nem quem se julga dono da doutrina cristã e se arvora em juiz de seus semelhantes.

A resposta de Jesus surpreendeu: "Eu tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; estive enfermo e me visitastes; oprimido, e me libertastes..." (Mateus 25, 31-46).

Jesus se colocou no lugar dos mais pobres e frisou que a salvação está ao alcance de quem, por amor, busca saciar a fome dos miseráveis, não se omite diante das opressões, procura assegurar a todos vida digna e feliz.

Isso o governo Lula tem feito, segundo a opinião de 77% da população brasileira, como demonstram as pesquisas. Com certeza, Dilma, se eleita presidente, prosseguirá na mesma direção.

FREI BETTO, frade dominicano, é assessor de movimentos sociais e escritor, autor de "Um homem chamado Jesus" (Rocco), entre outros livros. - TENDÊNCIAS/DEBATES - JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO (10/10/10)

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Para você, que não votou na Dilma

Você não votou na Dilma no primeiro turno. Também não pretende votar nela no segundo turno. Não apenas você não vai votar nela, como você tem alertado sobre os perigos de se votar na candidata petista. Você tem suas razões para achar que o voto em Dilma não é o melhor para o Brasil.

Eu não penso como você. Entendo que o melhor voto para o Brasil é o voto em Dilma Roussef, e não em José Serra.

A principal razão que, no meu ponto de vista, justifica o voto em Dilma não é uma única razão. Na verdade, são 53 milhões de razões: entre 2003 e 2008, foram 21 milhões de brasileiros que deixaram a miséria e outros 32 milhões que ascenderam à classe média. Os números dos que chegaram à classe média correspondem mais ou menos ao total de torcedores do Flamengo, e os que saíram da pobreza correspondem aproximadamente à torcida do Corinthians. É isso mesmo: o número de brasileiros que melhoraram de vida na Era Lula é um pouco menor que a  soma das torcidas do Flamengo e do Corinthians. A pobreza extrema no país foi reduzida à metade nos anos Lula. Esse salto não se deveu apenas ao bom momento econômico. Isso é fruto de medidas específicas do Governo Federal, tais como o Bolsa Família e o Bolsa Escola.

Você chama esses programas de assistencialistas, de demagogia paternalista. Na sua concepção liberal de “Estado mínimo”, esses programas não têm justificativa. Mas os países socialmente mais justos foram aqueles em que o Estado assumiu um papel ativo na promoção do bem estar social. Você condena os programas brasileiros, mas, quando vem à Europa, você se embasbaca dizendo que a Suécia ou a Dinamarca é que são países “de verdade”, pois se importam com seus cidadãos. Os programas sociais brasileiros são irrisórios se comparados aos de países da Europa ocidental. Por que você etiqueta os programas assistencialistas suecos de “justos” e os brasileiros de “demagógicos”? O número de programas de suporte social de um país como a França é muito superior que o do Brasil. Para você ter uma idéia, aqui eu recebo uma ajuda de moradia, fornecida pelo governo francês a todo estudante que paga aluguel, seja ele francês ou não. Isso custa uma grana preta aos cofres franceses.

Certa vez, comentei com um colega no trabalho que recebia essa ajuda. Nunca vou me esquecer do que ele falou: “puxa, nem sabia que isso existia aqui na França. Sou classe média, não preciso desse auxílio, mas fico feliz de saber que os impostos que eu pago servem para ajudar estudantes como você”. Isso é civismo. É impensável ouvir isso da classe média brasileira, notória pelo seu acivismo. O que se ouve deles é que “a classe média é explorada”. Você deveria é ficar feliz de saber que parte de seus impostos são destinados a ajudar os brasileiros que podem menos. Votar em Dilma é votar na continuidade desses programas. É a garantia de que mais compatriotas irão melhorar de vida. Ou você acha que vai manter esses programas um cara cujo vice propôs punir quem dá esmolas e que chamou o Pronasci de “bolsa-bandido”? Um cara cuja esposa chamou o Bolsa Família de “bolsa vagabundagem”? Você acha que esse senhor tem capacidade de diálogo com os mais desprovidos? Um cara que diz não entender os sotaques de goianos, mineiros e pernambucanos? Um cara que, como bem observou Idelber, inventou a favela de plástico? Um cara que diz para uma eleitora na favela “Não posso conversar agora. A senhora não poderia me mandar um fax?”? Esse senhor não demonstra ter canais de comunicação com os pobres. Serra diz que vai manter os programas sociais. Só que eu não confio no que Serra diz. Aliás, não confio sequer no compromisso que ele assume por escrito em cartório.

Foi sob o Governo Lula que a economia brasileira conheceu um período de crescimento expressivo, inclusive durante a crise mundial. Conheço seu argumento: “Lula continuou o que FHC fez”. Só que o próprio FHC reconheceu recentemente que a gestão econômica do PT tem méritos próprios. Insistir na tese de que tudo de bom da economia brasileira não tem sequer uma contribuição da equipe econômica de Lula, mas apenas de FHC e do Plano Real, tem tanto sentido quanto dizer que a pujança da indústria automobilística brasileira nos dias atuais é mérito de apenas um homem: JK.

Não foi apenas na gestão econômica que a gestão Lula foi primorosa. Há que se destacar a revitalização do sistema universitário público. Comparar a gestão Lula com Paulo Renato é como comparar o Barcelona ao Madureira. Foi nos anos FHC que o ensino superior privado conheceu fulgurante expansão – na maior parte das vezes, sem a contrapartida da qualidade – rifando vagas universitárias a mega grupos empresariais. Ao mesmo tempo, as universidades federais entraram em processo de sucateamento: Paulo Renato cortou verbas, restringiu concursos para professores e funcionários, priorizou a expansão do ensino privado, não promoveu uma política de assistência estudantil. Fiz o curso médico na UFMG durante os anos FHC. O descaso governamental provocava greves recorrentes (a de 1998 foi marcante) e provocou inclusive o fechamento do Hospital das Clínicas da UFMG, pelo simples motivo de que a verba federal não era repassada: centenas e centenas de alunos, além de milhares de pacientes carentes, sofreram com o fechamento do hospital. Hoje, o campus da UFMG tem outra cara: prédios novos e modernos foram inaugurados (Economia, Farmácia, Odontologia, Engenharia). A Cynthia Semíramis concorda comigo. Lula investiu no ensino superior: criou 14 universidades federais e outras dezenas e dezenas de escolas técnicas, muitas delas em regiões menos desenvolvidas do país. Foi a política de Lula que permitiu a criação, por exemplo, do Instituto de Neurociências de Natal, que já está aí, repatriando pesquisadores e fazendo pesquisa em alto nível.

Cargos docentes foram criados e a carreira universitária foi valorizada, em flagrante contraste com a ativa promoção da penúria que marcou a gestão Paulo Renato. Tudo isso propiciou que os mestres e doutores formados no Brasil ocupassem cargos na universidade brasileira, evitando o brain drain que por tantos anos sangrou a academia brasileira. O salto na pesquisa brasileira desde a eleição de Lula é bastante expressivo. Em 2003, os investimentos em ciência e tecnologia foram de 21,4 bilhões de reais; em 2008, já atingiam R$ 43,1 bilhões. Paralelamente, houve notável aumento da produtividade científica brasileira: as publicações em peer-review journals saltaram de 14.237 em 2003 para 30.415 em 2008. Subimos da 17ª posição no ranking da SCImago, em 2000, para a 14ª, em 2008. Passamos países com maior tradição de pesquisa, como a Suíça e a Rússia. A política de pesquisa do Governo Lula foi elogiada inclusive pela Nature, uma das revistas científicas mais importantes do mundo (aí, Tio Rei, coloque mais essa na lista do jornalismo chapa-branca). Eu não voto em José Serra porque não quero que a universidade e a pesquisa brasileiras sejam sucateadas novamente. Não merecemos outro Paulo Renato.

Você diz que o governo do PT é anti-democrático, que ele coíbe a liberdade de expressão e que ele ameaça a liberdade de imprensa. Você acha que o PSDB representa uma proposta democrática.

Discordo nos dois pontos. Houve declarações atrapalhadas do governo no que diz respeito à imprensa, e não aprovo a atitude de Lula no episódio Larry Rother. Mas daí a dizer que governo do PT é antidemocrático e que cerceia a liberdade de imprensa vai uma distância muito grande. Nem mesmo o FHC sustenta que o Lula é stalinista – só aloprados como Olavão e o Tio Rei é que alimentam besteiras assim. Se, como você diz, o PT censura a imprensa a seu favor e coloca um monte de jornalista chapa-branca nas redações de todo o país, olha, então o PT tem que aprimorar seus métodos. Dê uma olhada nas últimas capas da revista semanal de maior circulação do país, ligue a TV no principal canal, ou visite um dos blogs políticos mais acessados e veja (ops!) se há algum indício de que o PT tolhe quem fala mal dele e quem aponta as lambanças do partido. Aí você diz que, no governo Lula, tentou-se criar o Conselho Nacional de Jornalismo e que isso era uma tentativa ditatorial de controlar a liberdade de imprensa. Se isso é ditadura, sua lista de governos anti-democráticos deve incluir também países em que o Conselho já existe, como a França e a Inglaterra, como bem lembra Jânio de Freitas. Você critica a TV Brasil, dizendo que o governo não tem que manter canal de TV. Diga isso a um francês. Ele vai lhe dizer que na França não existe um canal de TV nacional que seja público. Existem cinco.

Eu também li o editorial do Estadão, dizendo que Dilma é “O mal a evitar”, por representar uma ameaça à democracia e à liberdade de imprensa. Você achou bonita essa defesa do “Estado de Direito”, né? Por que o Estadão nunca fez um editorial como esse quando o Brasil efetivamente vivia sob uma ditadura, nos anos de chumbo? Por que, dias depois desse editorial, esse mesmo órgão que se põe como baluarte da democracia plural demitiu sumariamente uma colunista que apoiou o Bolsa Família?

E será que o PSDB é tão comprometido assim com a democracia constitucional e com a liberdade de expressão? E os arapongas da Abin na gestão FHC? De qual partido é Eduardo Azeredo, que propôs uma lei de controle da internet que é carinhosamente chamada de AI-5 digital? De qual partido é Yeda Crusius, que mobilizou a PM gaúcha para espionar uma deputada de oposição, inclusive suas crianças (via Idelber)? De qual partido é Beto Richa, que censurou sete pesquisas eleitorais, um blog e até um twitter? E o que dizer do Serra, que telefonou a Gilmar Mendes para que ele tomasse a decisão que o PSDB preferia, no que diz respeito aos documentos necessários à votação: isso é respeito às instituições democráticas?

Você reprova a política externa do Lula, dizendo que ele desonra a democracia brasileira,  privilegiando o diálogo com regimes fechados e ditatoriais. Então me responda: onde estava sua indignação quando FHC condecorou o ditador peruano Alberto Fujimori com a Ordem do Cruzeiro do Sul?

Você vê com maus olhos as alianças políticas do governo Lula e acha que isso é um argumento forte para não votar no PT. Eu também não gosto do Sarney, do Collor, do Calheiros, do Temer, do Hélio Costa. Preferiria que eles estivessem longe do poder. Mas já passamos da idade de acreditar em purismo ideológico, né? Isso é coisa de adolescente que descobre a política. Fazer política é fazer alianças, muitas das quais difíceis de serem engolidas. Vai me dizer que você gostava de ver o sociólogo da Sorbonne de mãos dadas com o  PFL de ACM e Cia? Você gostava de ver o Renan Calheiros como Ministro da Justiça do FHC? Bem, talvez você nem sequer goste do Índio da Costa… Bem vindo à real politik, mon ami.

E sim, você vai me falar da corrupção na gestão petista. É verdade. No que diz respeito ao combate à corrupção o governo Lula não foi virtuoso – longe disso. Houve mesmo bastante corrupção. O mensalão existiu, não foi invenção. Mas, será que a oposição é impoluta e pode mesmo posar de moralmente superiora? Lembra-se do Mensalão Mineiro e do Azeredo? Do Ricardo Sérgio de Oliveira, caixa do alto tucanato, que levou R$ 15 milhões na privatização da Vale? Dos R$ 400.000 a cada deputado que votou a favor da reeleição? E o esquema de corrupção e espionagem, revelado no escândalo dos grampos durante a privatização da Telebrás, envolvendo FHC, o presidente do BNDES (André Lara Resende) e Luiz Carlos Mendonça de Barros (ministro das Comunicações de FHC)? E a farra do Proer? E o favorecimento ilícito da Raytheon na instalação do SIVAM ? E a endinheirada relação entre Chico Lopes (ex-presidente do BC) e o banqueiro Salvatore Cacciola? E Eduardo Jorge, assessor pessoal de FHC, envolvido em diversas negociatas, inclusive em “caixa dois” para a reeleição de FHC? Por favor, não me venha com essa conversa de que o PSDB não compactua com a corrupção.

Eu vou concordar com você que o Brasil precisa de investimento em infra-estrutura: portos, rodovias, aeroportos. Mas será que o governo que impôs à população brasileira o racionamento de energia é mesmo o mais preparado para conduzir esses avanços em infra-estrutura? Acho que não.

Mas talvez nenhuma dessas questões sobre economia, educação e gestão pública importem para você. Talvez o que mais lhe opõe à candidatura de Dilma Roussef sejam questões religiosas. Pode ser, por exemplo, que você se oponha à política petista em defesa dos direitos civis dos homossexuais. Você chama isso de “tentativa de implantação de uma ditadura gay no Brasil”. É engraçado ouvir que existe ditadura gay no Brasil das mulheres fruta, das dançarinas de axé, da erotização infantil, das peladonas do carnaval, das bancas em que pululam revistas masculinas de orientação heterossexual.

Fique tranqüilo, essas coisas vão continuar acontecendo e ninguém está propondo instituir o monopólio da G Magazine entre as revistas de entretenimento adulto (fugiremos juntos do Brasil quando isso acontecer, ok?). Estamos falando em estender a uma pequena parcela da população os direitos civis desfrutados pela maioria. Nenhum governo do mundo tem poder para forçar alguém a assumir determinada sexualidade, porque os determinismos neurobiológicos da sexualidade passam ao largo da legislação dos homens – do contrário, eu acharia que os labradores machos lá do sítio da minha família só montam um no outro porque o governo PT apóia a causa homossexual (e eu desconfio que meus labradores não entendem muito bem o que seja o PL122). A questão aqui é apenas garantir que a expressão de determinado comportamento sexual não seja discriminada. Isso não é forçar a população a ser homossexual, nem calar heterossexuais. O prefeito de Paris é gay, assim como o de Berlim e a Primeira Ministra da Islândia. Eu, heterossexual, não sofro por morar em uma cidade governada por um gay.

Aproveitando o tema, permita-me uma pergunta: o que aconteceria se, ao invés de se mobilizarem maciçamente contra o “casamento gay”, os evangélicos se movessem por coisas que importam, como metrôs, ensino público, bons hospitais e punição a corruptos? Por essas e outras, é que indicadores como mortes violentas, saneamento básico e crianças nas escolas são bem melhores em Paris do que em São Gonçalo, cidade do Brasil com maior concentração de evangélicos. A luta contra a miséria e os embates por educação, transporte e hospitais de qualidade não parecem sensibilizar evangélicos – mas se dois marmanjos querem juntar escovas de dentes no mesmo copo do banheiro, aí eles entram na briga, né?  Essa miopia política acívica atrasa o país. O Brasil seria bem melhor para todos se os evangélicos batalhassem politicamente por coisas que realmente importam – e isso certamente não inclui ajustar o mundo aos estritos códigos comportamentais que defendem.

Há o aborto também. Você está certo: a Dilma é a favor do direito ao aborto (este vídeo é como batom na cueca, não tem o que discutir). Mas preste atenção: estamos tratando de uma eleição presidencial, não de um plebiscito sobre o aborto. E você sabe: o presidente não tem poder para assinar um papel e legalizar o aborto por conta própria, sem aprovação do Congresso, como se estivesse assinando uma ordem para comprar canetas Bic para escolas públicas. A discussão e a legislação sobre aborto são matéria do Congresso, não do presidente. Não misture as coisas. Não entre na onda dos que estão transformando essa eleição em um plebiscito.

O Brasil melhorou muito sob a égide de Lula. A imprensa mundial, dos veículos mais à esquerda aos mais à direita (tá aqui o Figaro que não me deixa mentir) saúda os avanços na Era Lula. Você dirá, com razão, que toda unanimidade é burra. Sim, é verdade. Mas isso não significa que toda forma de discordância seja inteligente. Não é inteligente negar que, nos anos Lula, o Brasil se tornou um país socialmente mais justo e menos desigual. Isso é negar os fatos. E negar os fatos nunca é inteligente.

Você pode até não votar na Dilma, por razões várias. Eu, de minha parte, prefiro apoiar quem tem feito do Brasil um lugar melhor para o maior número possível dos filhos deste solo: os brasileiros.

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